Fã dos Beatles e da Frida Kahlo, Elisabete Vila Viçosa plantou a sua primeira árvore aos 10 anos de idade. Nunca pensou poder aliar uma das suas maiores paixões à sua vida profissional mas hoje, depois de ser mãe, orgulha-se de dizer que se sente cada vez mais realizada com o seu projeto Mini Mô Gardens. A nós só nos resta desejar-lhe toda a felicidade do mundo!
Nasceu em Oeiras e formou-se em Animação Educativa e Sociocultural, tendo uma pós-graduação em Marketing. Criadora da Mini Mô Gardens, desenvolve minijardins, realiza workshops de jardinagem infantil, é autora do livro Grandes jardineiros de pequenos jardins. Escreve sobre atividades ligadas à Natureza dirigidas às famílias no formato DIY, simples, criativas e pedagógicas, com materiais naturais fáceis de arranjar mas carregados de possibilidades. Quando iniciou a colaboração com a revista Jardins? Iniciei a minha colaboração com a Jardins em setembro de 2018. O que a motiva a colaborar com a revista? A gratidão por poder partilhar, na mais importante publicação em Portugal sobre o assunto, a minha paixão por comunicar a Natureza, na vertente que considero mais crucial, a pedagógica. A Jardins dá-me liberdade criativa para me permitir tentar, de forma consistente e carinhosa, cativar as crianças através de atividades práticas e lúdicas, para a importância e genuíno prazer de se sentir ligado à Natureza, mesmo quando esta parece distante e algo abstrata. Qual é para si a importância de uma revista como a Jardins no passado, no presente e no futuro? A revista Jardins preenche uma lacuna fundamental no mercado editorial português ao responder ao apelo da Natureza sentido por muitos – e, subconscientemente, por todos –, de forma prática, educativa e inspiradora. A Jardins vai muito mais além do seu nome, abrangendo, na sua transversalidade, todo o mundo natural, com respostas e desafios tanto para especialistas e entendidos como para amadores e interessados. As suas raízes vão fundo, e as sementes que lança todos os meses são as fundações do futuro de todos nós, pelo que deveria ser ainda mais divulgada e apoiada, num país (a que lhe custa tanto admitir estar) tão ligado à terra. Entrevista feita por ocasião da edição comemorativa dos 20 anos da Revista Jardins (outubro de 2022).
Defina-se a si próprio em 3 palavras.
Perseverante, entusiasta e criativa.
Qual foi o momento mais marcante da sua vida que a ajudou a seguir neste caminho?
Ser Mãe foi o motivo que me fez redescobrir o prazer pela jardinagem, ao qual juntei o gosto pelo imaginário infantil, conseguindo assim conjugar tudo num projecto de vida, a Mini Mô Gardens.
Qual a personalidade mundial que mais admira e porquê?
Frida Kahlo, pela sua perseverança de vida, força de vontade em continuar com a sua Arte, fazendo-a sua Vida. Pelo seu eterno carinho pelos animais e plantas que tanto adornam as suas obras.
Se tivesse um superpoder, qual seria?
Gostaria de ter o poder de regenerar/curar as pessoas, para lhes poupar sofrimento.
Qual a música preferida?
Tenho algumas bandas e músicas que adoro, mas “Strawberry Fields Forever” dos The Beatles arrisca-se a ser a minha preferida por estes dias.
Se fosse uma planta, qual seria?
Um cacto! Por ser resistente, auto-suficiente, “saber defender-se” e no entanto, conseguir dar das mais belas flores entre plantas e efémeras.
Jardino porque…
Jardino porque descobri que é o que me faz realmente feliz! Plantei a minha primeira árvore aos 10 anos, mas a ideia de ser jardineira não era compatível com os ideais de carreira. No entanto, sempre invejei os jardineiros que encontrava nos parques públicos. Mas foi só depois de ser Mãe e de construir um jardim de fadas para a minha filha que percebi que a minha realização pessoal e profissional poderiam estar relacionadas com a jardinagem, mesmo que desenvolvendo apenas projectos pequenos. Sinto-me cada vez mais realizada com a Mini Mô Gardens e acredito que poderei fazer mais e melhor a partir deste projecto.
O mais importante para mim é…
Num jardim o mais importante para mim é haver sombra de algumas árvores de fruto, especialmente se forem citrinos. Acho que todos deveríamos ter um jardim ou pelo menos uma pequena horta urbana, com plantas comestíveis e aromáticas, flores e muito verde. No entanto, sempre que faço projectos de manutenção, tento respeitar as espécies e não esquecer os seus ciclos e funções. E mesmo que não tenhamos um jardim, devemos sempre ter pelo menos uma planta ou cultivar.
Top 4 de plantas:
Suculentas
Estrelicia
Chorão (salgueiro-chorão)
Laranja
Uma mensagem de futuro para a natureza/ambiente. Como gostava que evoluísse?
Acredito que agora mais do que nunca, temos uma maior consciência do Meio Ambiente e isso é o princípio para se desenvolverem campanhas de preservação, mas o mais importante é que estas campanhas não sejam só de comunicação, mas que passem pela Educação. Acredito que o nosso maior desafio no futuro está na Educação das nossas crianças, para que possamos ter adultos conscientes e responsáveis.